sexta-feira, 12 de setembro de 2014


DO AVANÇO AO VÍCIO TECNOLÓGICO

            Ao pensar na palavra tecnologia, nos remete imediatamente o significado de avanços e surgimentos apenas de aparelhos eletrônicos, como computador, celular, dentre outros. Mas a ideia de avanço tecnológico vai muito além, à medida que abrange tudo que usufruímos ou fazemos no momento atual, ou seja, tudo foi transformado e evoluído, o modo de se comunicar, a produção de vestimenta, a maneira de comer, diversos aspectos que mudaram e continuam mudando o comportamento do ser humano.

            Dentre isso, a tecnologia foi e é importantíssima para a vida humana, ao modo que contribui para diversas descobertas que auxiliam na qualidade de vida do homem, descobrimentos de medicamentos, aparelhos e máquinas de exames que antecipam a descobertas de doenças, promovendo a possibilidade de cura, a comunicação em tempo real, ao qual muitas informações são possíveis de se conhecer e a ampliação desta para o acesso da sociedade.

No entanto, criou-se também uma espécie de vício desta tecnologia, com tantos recursos que o homem se vê totalmente escravo das máquinas e dos aparelhos, trocando até o contato pessoal pelo virtual, prejudicando as relações sócias e tornando ainda mais uma sociedade individual e desigual. O que Behrens (2005) descreve quando diz que ao apresentar a tecnologia em uma sociedade capitalista, a sociedade sofreu uma massificação e um comprometimento da visão do homem e da sua visão de mundo.

Portanto, essas questões são fundamentais para a discussão na educação, sabendo que a escola tem um grande desafio ao propor ações que atenda todo esse contexto. O que diz Kenski (2010) ao citar que a escola precisa criar um espaço crítico em relação ao uso e apropriação dessas tecnologias, para que a criança tenha a possibilidade de refletir diante o seu grupo social, como cidadão.

Assim o professor deve estar atendo a como lhe dar com todas essas divergências, tendo uma preocupação com uma aprendizagem significativa, mudando o foco de ensinar, segundo Behrens (2005), passando a ter atenção com o aprender, em especial, o “aprender a aprender”, possibilitando a construção de conhecimento.



Bibliografia:

KENSKI, Vani Moreira. “O que são as tecnologias? Como convivemos com as tecnologias?” In Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. 9ª ed. Campinas: Papirus, 2010, p. 17-27

BEHRENS, Marilda Aparecida. Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: Integração das Tecnologias na Educação/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. 204 p.; il. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf>Acesso: setembro de 2014.

 

 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

MINHAS PRIMEIRAS TECNOLOGIAS




MINHAS PRIMEIRAS TECNOLOGIAS

Nária Aparecida Moura Ribas

Vejo-me agora tentando escrever um memorial da minha infância com o intuito de descrever como a tecnologia ingressou em minha vida, quais as lembranças que marcaram significativamente para expor entre as linhas as sensações e sentimentos com tais mudanças.

Então acho que posso começar falando um pouco quem sou contextualizando toda essa história que remete recordações até engraçadas com relação a manusear tais aparelhos tecnológicos e como tudo era estranho e inovador na época, mas uma coisa era certa como era bom ser criança, aprender, brincar ou até aprender brincando.

Mas enfim, nasci em 1985, na cidade de Campinas e com mais ou menos uns sete anos de idade me lembro de um fato que trouxe mudanças na rotina de casa, meu pai comprou um aparelho telefônico e no bairro poucas pessoas tinham então ele fez um caderno para ter controle das ligações realizadas, porque várias pessoas pediam para utilizar e no fim do mês quando chegava a conta, ele sabia de quem cobrar.

Mas o interessante é que o telefone em casa era novidade mesmo, sempre que tocava era uma briga entre eu e minha irmã para atender e quando as pessoas vinham falar queríamos escutar e lembro-me de uma inquietação de querer saber como as pessoas conseguiam falar lá de dentro, sendo que estavam tão longe, engraçado, mesmo meu pai tentando explicar era tudo esquisito.

A televisão já era hábito em casa, principalmente porque minha mãe gostava de ver as novelas, mas a regra era rígida nada de falar ou fazer bagunça durante o jornal e ao acabar o programa o destino era a cama, sem nem questionar. Os desenhos eram todos da emissora Cultura, pois era o canal aberto, acho que nem outros tinham, adorávamos assistir “Ratimbum” e interagíamos o tempo todo com as atividades que eram propostas.

Lembro-me da escola de atividades tradicionais, apenas cartilhas e livros didáticos, nada de aulas diferentes e inovadoras, apenas a grande lousa verde e o giz branco sempre lotada de matéria e o tempo curto para escrever tudo no caderno. Ah! E os trabalhos não posso deixar de registrar aqui, todos escritos à mão, obrigatoriamente na folha de almaço.

 O computador fui ter apenas na adolescência, quando já estudava no curso de Magistério e mesmo assim a desconfiança era enorme com aquele aparelho, para fazer o trabalho primeiro escrevia tudo a mão para depois digitar, demorava horas e horas, o que era para facilitar complicava mais ainda na época. O que não tenho como esquecer foi o trabalho que perdi todo por não ter salvo corretamente, chorei muito e foi difícil conquistar uma amizade confiável com aquela máquina. Mas hoje somos inseparáveis e é uma ferramenta fundamental para meus estudos, no entanto o percurso foi sofrido para conhece-lo e manuseá-lo.

Da minha infância até os dias atuais muitas foram as mudanças e adaptações em decorrência aos avanços tecnológicos, isso em praticamente em tudo que usamos no dia a dia. É claro que a tecnologia melhorou e facilitou muita coisa na vida do ser humano, no entanto realizando este memorial e relembrando os fatos como eram, muita coisa se perdeu, percebo que principalmente o contato físico das pessoas, até mesmo com as crianças, que se envolvem e brincam apenas com jogos virtuais ou videogames, deixando de explorar outras atividades de socialização, movimento corporal, ficando reféns dessa tecnologia.

Enfim acredito que é necessário um equilíbrio e fazer dessa tecnologia apenas uma ferramenta para auxiliar e não deixá-la gerenciar toda nossa vida. Algo para se pensar justamente para nós professoras que trabalhamos com muitas infâncias.