sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O LIVRO DIDÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSIBILIDADE DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR


Nária Ribas; Joanina Caputti; Luana Caputti  

INTRODUÇÃO
            As histórias infantis estão presentes na vida social da criança deste de muito cedo, seja em casa, com os pais contando histórias na hora de dormir ou na escola, deste a educação infantil. O que se percebe muitas vezes é que estes livros são trabalhados como meros passatempos, sem se pensar na riqueza de trabalho que se pode construir e com os conhecimentos que podem ser explorados, em diversas áreas, tendo como possibilidade um trabalho interdisciplinar.
            Habitualmente utiliza-se os livros de educação infantil como eixo de linguagem oral e escrita, deixando ás vezes de lado uma rica exploração que também pode ser realizada com conceitos matemáticos. Por despertar curiosidade e motivação nas crianças o livro infantil possibilita um trabalho significativo também na matemática, é possível explorar diversos conceitos partindo de histórias que as crianças conhecem e gostem, acrescentando ainda mais na sua aprendizagem.
            Zacarias e Moro (2005) afirmam que ao considerar a capacidade infantil de interpretar as histórias e a necessidade de estimulá-la, as crianças podem e conseguem compreender diversos conceitos matemáticos, sendo possíveis de trabalhar com diversos problemas gerados pela história, possibilitando dessa maneira ao professor trabalhar fazendo uma conexão entre as interpretações da literatura infantil e a iniciação matemática.
            Além da linguagem e da matemática, é possível explorar os diversos eixos apresentados no Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI,1998), como música, natureza e sociedade, artes, movimento, decorrendo de uma série de conceitos que podem ainda mais despertar a curiosidade da criança e tornar o trabalho mais significativo, por ligar todas essas áreas do conhecimento.
            Assim Zacarias e Moro (2005) citam a importância do trabalho com a literatura infantil, como a diversidade de aspectos que podem ser abordados através desse trabalho, além de despertar o gosto e o prazer pela leitura:
       Ao oferecerem desafios de natureza cognitiva e ao traduzirem o significado de suas palavras, os textos literários valorizam a inteligência da criança, sua capacidade interpretativa e lhe possibilita resolver problemas cuja natureza abstrata ela é incapaz de alcançar, a não ser pela adesão ao universo simbólico. Consequentemente, instalam a motivação interna da criança para a leitura, visto que ela deseja ler porque a linguagem de narrativas e de poemas a mobiliza para a compreensão do mundo e para a autonomia daí decorrentes. (SARAIVA, 2001, p. 19, citado por Zacarias e Moro,2005).
Dessa forma considerando a importância do livro infantil como proposta interdisciplinar, o trabalho a seguir traz como proposta a construção de um livro infantil e suas possibilidades de exploração de diversos conteúdos relacionados a história para crianças na faixa-etária da educação infantil, ilustrando um material que desperte o interesse e a atenção das crianças em querem conhecer e manusear o livro.
           
JUSTIFICATIVA
            A proposta de construção de um livro infantil tem como objetivo abordar diferentes perspectivas de conteúdo, percebendo assim a riqueza da ação pedagógica como uma prática interdisciplinar. Dessa forma a ideia de construir algo que chamasse a atenção das crianças foi primordial, tendo ilustrações vivas e um texto que abordasse curiosidades do dia a dia delas, que as vezes não são respondidas, como que animais botam ovos?
            Assim o tema da história “O ovo da coruja” partiu da ideia de acreditar que as crianças ficam deslumbradas ao saber como os filhotes nascem e também por imaginar que a questão da coruja dormir durante o dia e acordar somente a noite despertaria a curiosidade da criança, sabendo também que adoram um suspense ou um mistério ao qual tenham que desvendar.
            Com a construção do livro elencamos uma série de atividades que podem ser trabalhadas explorando os diversos eixos apresentados no RCNEI, favorecendo um trabalho rico quanto a interdisciplinaridade na educação infantil, sendo possível trabalhar ou adaptar a qualquer faixa-etária dessa etapa.

PROCESSO DE ELABORAÇÃO 
            No início do trabalho as ideias são muitas e até chegar em um produto final, o grupo teve muitas discussões, fazendo-nos perceber o grande leque de possibilidades de trabalho que a construção de um livro ou uma história infantil pode favorecer na educação infantil. Acreditamos que as expectativas ao resultado do trabalho foram superadas e os objetivos propostos atingidos, por saber que nossa construção poderá facilitar e enriquecer também nossa prática pedagógica.
            A construção do livro vez com que pensarmos na diversidade e riqueza que esse trabalho possibilita, dessa maneira o livro “O ovo da coruja” traz uma história que explora todos os eixos citados no RCNEI com tais propostas de conteúdos e atividades:
Matemática: contagem de 1 a 9; sequência lógica da história; senso espacial com o movimento de cada animal; direção e lateralidade; tamanho dos ovos de cada animal; noção de distância e posição apresentadas na história; classificação dos tipos de animais (aves, silvestres); discriminação (semelhança e diferença de cada grupo animal); tempo: dia e noite; situações-problemas relacionadas com a história; formas geométricas e cores.
Linguagem oral e escrita: leitura da história e sua interpretação, releitura da história; formas variadas de apresentação da história; recorte e colagem de revistas dos animais que aparecem na história, pasta de figuras com animais dos determinados grupos; vídeos dos animais vivendo em seus habitat.
Natureza e sociedade: características dos animais apresentados na história, alimentação, locomoção, reprodução, habitat, como convivem (cadeia alimentar); questionamentos para pesquisa (por que a coruja dorme de dia e não a noite? a cobra tem pé, por que a tartaruga anda tão de devagar, por causa do casco que é pesado? por que tem aves que voam e outras não?).
Música: imitação dos sons dos animais apresentados na história; escutar os sons reais desses animais na floresta; cantar músicas infantis que abordem o assunto do livro;
Movimento: imitar os movimentos de cada animal, relaxamento imaginando como o animal tenta sair do ovo; corridas imitando os movimentos; pintura no rosto dos animais para dramatizarem a história.
Artes: exploração de diversas texturas representando a pele ou pena de cada animal; pintura explorando as cores das aves; confecção dos animais com sucata; confecção de quebra-cabeça.
            A diversidade de exploração é muito rica com a proposta do livro infantil, é possível a construção de um projeto que envolva todos da escola e a família, relacionando todas as áreas e tornando o processo de aprendizagem da criança mais significativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
            O trabalho da construção do livro em primeiro momento pareceu-me simples, mas o resultado que este trabalho proporciona é imenso, a discriminação de atividades e conhecimentos que podem ser trabalhados me surpreendeu e me fez pensar mais em minha prática, refletindo sobre a riqueza que posso explorar com minha turma a cada leitura de um livro.
            O mais importante acredito foi quebrar esse tabu que o livro apenas serve para o requisito da linguagem oral e escrita, a ideia da interdisciplinaridade na educação infantil partindo do livro infantil é deslumbrante e acarreta um trabalho de ensino e aprendizagem muito mais significativo, principalmente quanto nos referimos a matemática, ao qual vejo habitualmente que é pouca trabalhada no cotidiano da creche, explorando apenas conteúdos relacionados a números e formas geométricas.
            Essa experiência me instigou ainda mais a buscar um trabalho rico e significativo para meus alunos, acreditando que através dessas práticas sua aprendizagem fique mais prazerosa, estimulando sua criatividade, fantasia, inteligência e seu desenvolvimento integral.
            Além disso, foi muito prazeroso e significativo para minha formação vivenciar esta construção descobrindo que o universo da literatura infantil possibilita um diferencial na prática pedagógica e que somos privilegiados em usufruir desse momento, para, melhor sabe-lo trabalhar com nossos alunos.
Nária Aparecida Moura Ribas.

A elaboração deste livro de educação infantil fez me refletir sobre a importância da literatura infantil como forma de aprendizagem e conhecimento.  Pude perceber que um livro não é apenas a narração de uma historinha qualquer, mas dentro dele há inúmeras possibilidades de conhecimento, se soubermos usá-lo corretamente, conseguiremos instigar em nossos alunos a curiosidade, a criatividade e o gosto pela leitura.  Analisando um livro infantil e elaborando um, pude observar suas cores, suas formas, seus desenhos, a linguagem utilizada, os conteúdos abordados e suas relações com o currículo escolar.
  O trabalho com histórias infantis é sempre muito rico e valioso em uma sala de aula e não pode ser esquecido ou limitado pelos professores, as histórias devem ser exploradas, lidas, relidas, recontadas, ilustradas, devem ser manuseadas pelas crianças, e assim despertar o desejo por novos conhecimentos e novos prazeres.
Luana Caputti

            A realização desse trabalho foi importante por me fazer refletir sobre minha prática e como o trabalho com livro infantil é fundamental, por possibilitar uma exploração de vários conteúdos, inclusive matemáticos.
            A experiência da confecção do livro me encantou e adorei todo processo, de discutir e pensar na história, selecionar as imagens e fazer uma verdadeira arte para ilustrá-lo.
            Além disso tenho certeza que esta vivência se estenderá para minha prática pedagógica, fazendo com que enriqueça mais o meu trabalho na educação infantil, criando histórias e partindo delas para realizar mais atividades que sejam significativas para as crianças.
 Joanina Caputti







ANEXO:
O OVO DA CORUJA

A coruja estava dormindo na árvore e perto dela havia um ovo quebrado, os bichos da floresta ficaram preocupados, achando que poderia ser um dos ovos de seus ninhos.
Como ninguém conversava com a coruja, porque ela voava somente a noite, todos tinham medo e não sabiam nada sobre ela, somente que ela dormia durante todo o dia para atacar a noite. Logo correram para ver se seus ovos estavam seguros e não havia desaparecido nenhum.
O tucano voou até seu ninho em um galho próximo da coruja e logo contou seus ovos:
-1,2,3. Ufa! Estão todos aqui.
A arara fez o mesmo voou até seu ninho também, um pouco mais longe dali e contou:
- 1,2,3,4. Que alívio, não estÁ faltando nenhum.
O peru logo grugulejou:
- tenho que ver meus ovos. 1,2,3, 4, 5, todos aqui, estão seguros.
A tartaruga com dúvida resolveu também verificar, demorou um pouco para chegar até o lugar que os ovos estavam enterrados, porque anda muito devagar, mas conseguiu contar
- 1,2,3,4,5,6. Ai, ai, estão todos aqui.
A pata saiu correndo grasnando para contar seus ovos: =1,2,3,4,5,6,7. Ufa! Não falta nenhum.
O passarinho saiu voando em direção ao ninho, em uma árvore que ficava atrás da árvore onde estava a coruja, morrendo de medo de estar faltando algum, mais foi uma grande surpresa contou:
- 1,2,3,4,5,6,7,8.
 e todos estavam lá.
A cobra também preocupada rastejou até SEU NINHO para contar:
- 1,2,3,4,5,6,7,8. Meu deus! estÁ faltando um, É o ovo que a coruja comeu.
Ficou desesperada, quando viu um de seus filhotes tentando sair debaixo da folha, ufa! Não estava faltando, um dos ovos já havia quebrado, então resolveu contar todos para confirmar
- 1,2,3,4,5,6,7,8,9.
Como não estava faltando nenhum ovo, resolveram aquela noite ficarem acordados observando o que a coruja iria fazer. Tiveram Uma grande surpresa, ao acordar a coruja saiu do galho e logo avistaram algo se mexendo dentro de um ninho, era um DOS filhotes da coruja.
Todos ficaram aliviados e felizes por saber que a coruja também tinha ovos para cuidar e proteger.

Seminário: produção de significados matemáticos

Ensino de História e História local nos anos iniciais do Ensino Fundamental - Resumo


AUTOR: Stanley Plácido da Rosa Silva

            O texto traz a trajetória do ensino de história, quais as transformações históricas para que se constituísse uma disciplina e suas características quanto disciplina, relatando quais os objetivos em cada época. Apresentando ainda, como a disciplina de história é discutida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a importância de se trabalhar o ensino de história com a história local dos alunos.
            Dentro da análise histórica, muitos foram os momentos marcantes para o ensino de história, no Brasil ela somente se concretiza como disciplina no século XIX, tendo em vista a preocupação com a formação nacional e com o Estado Novo (1937-1945) o ensino de história tinha que ser regulador, mostrando o Estado como bom, o que priorizava era o nacionalismo.
            Somente com o fim do regime militar o ensino sofre reformulações e acontece a fusão da História com a Geografia, criando a disciplina de Estudos Sociais, com o dever de trabalhar os deveres dos cidadãos, ajustando os alunos à realidade, sendo um ser passivo diante da história. Mas com o surgimento da Associação Nacional de História (ANPUH) e da Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) a disciplina de Estudos Sociais entrou no processo de extinção, buscando um ensino de história pautado em eixos temáticos, também reguladores, pois a política continua sendo o centro do objeto de estudo.
            Assim com uma série de avanços no ensino de história pode-se enfatizar um aspecto positivo, a flexibilização ao trabalhar os conteúdos, dando autonomia para o professor e tendo a cidadania política como eixo transversal nas propostas curriculares, chegando à compreensão da disciplina como objeto de ação social. Com estes aspectos apresentados na legislação, mas específico, na Lei de Diretrizes e B Bases nº 9394/96 (LDB) percebe-se ainda a preocupação governamental em especificar o que se deve ser ensinado em história e sua importância na formação do cidadão brasileiro.
            Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que surgiu em um processo de reforma curricular da Educação em 1990, o ensino de história tem como objetivo nortear o ensino brasileiro a partir de habilidades e competências que se julgam desejáveis aos educandos, trazendo ainda uma crítica ao ensino tradicional de História, construído na memorização e repetição de fatos históricos, limitando as possibilidades dos alunos apenas a repetir lições.
            Dessa maneira surge a proposta de se trabalhar a partir da história local dos alunos, partindo disso para os demais conhecimentos do ensino de História, visto que a partir do local é possível identificar uma série de aspectos sociais nas diferentes ações humanas. Argumentando assim os PCNs, que o trabalho com a história local favorece um ensino significativo, abordando fatores do cotidiano, da família e de amigos, possibilitando ao aluno uma compreensão das relações sociais e econômicas da sua época.
            A história local pode ser trabalhada partindo do local de cada criança e cabe ao professor englobar e despertar os interesses a conhecimentos dos alunos, contextualizando tudo para ter significado. Mas falta estes aspectos nos livros didáticos, apresentando muitas vezes conteúdos inadequados, abordando temas genéricos, ignorando as especificidades locais.
            Porém essa falta de material ou de informações nos livros didáticos não podem ser vista como empecilho para o professor, pois ele é capaz de buscar e construir história juntamente com os alunos e suas histórias locais, buscando meios e alternativas para vencer estes obstáculos.
            Toda essa discussão favorece o que pode-se destacar como mais importante, a História sendo trabalhada de forma contextualizada, despertando a atenção dos alunos, superando o ensino tradicional e formando alunos autônomos e críticos em relação ao que se aprende na sala de aula.

COMENTÁRIO:
            Ao estudar o texto, a reflexão acerca do ensino de história e sua trajetória auxilia nós futuras professoras do Ensino Fundamental despertar para as possibilidades de um trabalho rico e significativo com a História, não reproduzindo o que fizeram com nós mesmas, ao inserir um conhecimento pautado em fatos históricos e inadequados, de forma memorizada e totalmente desinteressada.

            A História é muito rica e podemos proporcionar isto aos alunos, de modo a descobrirem o grande universo que podem descobrir a partir dos seus próprios conhecimentos e de tudo que os cerca, pois assim fará sentido seu aprendizado, mostrando que aprender é muito bom, fazendo pensar sobre vários aspectos que poderão fazê-los realizar muitas transformações, isto de fato será o grande objetivo do ensino de História. 

História local- Ensino de História e Geografia

Jogo matemático

JOGO DE ALFABETIZAÇÃO: BOLICHE DAS SÍLABAS

Nária Ribas; Joanina Caputti; Luana Caputti

PÚBLICO-ALVO: alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I

JUSTIFICATICA:   
            A alfabetização muitas vezes se torna maçante para as crianças, com a apresentação de tantos conteúdos e de forma sistematizada, deixando de ser prazeroso e causando certo desinteresse nas crianças por não fazer parte de seu contexto muitos dos assuntos abordados.
            A proposta da construção de um jogo de alfabetização vem com o propósito de facilitar a aprendizagem das crianças, possibilitando momentos de diversão e conhecimento, estimulando a criança a construir palavras que auxiliarão no seu processo de alfabetização.
            Como as histórias infantis também despertam o interesse nas crianças, optamos por iniciar o jogo com a história: “Chapeuzinho Amarelo” (Chico Buarque), que traz uma série de trocadilho de sílabas formando diversas palavras engraçadas e depois confeccionar a boliche das sílabas para realizar um jogo de formação de palavras, sabendo que as crianças também ficam motivadas com atividades que envolvem movimentos.

MATERIAL UTILIZADO:
Caixa de papelão, garrafa PET, crepom, EVA, revista e durex largo.

OBJETIVOS:
  1.   Estimular a criança a construir palavras de maneira lúdica;
  2. Contribuir com o processo de construção da escrita, de modo que a criança tenha uma aprendizagem prazerosa;
  3.  Proporcionar momentos de interação e troca de aprendizagem;
  4.  Formar palavras com diversas sílabas.

DESENVOLVIMENTO:
            Para iniciar o jogo de alfabetização será trabalhado a história “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque, contar a história, observando os diversos trocadilhos das palavras que a menina faz e como se torna interessante criar e trocar palavras, criando novos significados. Após separar a turma em grupos e começar o jogo boliche das sílabas, ao qual devem jogar a bola nas garrafas tentando derrubá-las, quando mais garrafas derrubarem, mas sílabas terão para formar as palavras, em cada garrafa constará uma sílaba, ao derrubar as crianças pegaram as fichas com as determinadas sílabas e tentarão montar no quadro a maior quantidade de palavras, será necessário cooperação e raciocínio coletivo para atingir o objetivo proposto.
            Cada criança poderá ter uma quantidade de chances para tentar derrubar as garrafas como na boliche, dessa maneira a possibilidade de surgir palavras é diversa e as crianças poderão criar e construir. Este jogo pode ter várias garrafas com uma variedade de sílabas, especificamente este é composto por oito garrafas, utilizando sílabas de palavras que aparecem na história trabalhada, dando um significado maior.
O material é bem colorido para chamar a atenção da criança e estimulá-la a brincar e aprender, ao mesmo tempo, as garrafas são coloridas cheias de crepom picado e as bolas confeccionadas de revista, trabalhando um material reciclável que é possível as próprias crianças confeccionarem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
            A construção do jogo é bastante interessante e possibilita uma grande exploração quando nos propomos a alfabetizar, ou seja, pensar em meios que facilite este processo de construção da escrita da criança é importante para que o professor entenda o desenvolvimento da criança e repense sua prática a cada dia.
            Acreditamos que o processo de alfabetização não é tão simples e por isso exige um trabalho sério e de pesquisa por parte do professor, buscando conhecer a criança e seu processo de construção da escrita, mediando situações que efetivem a aprendizagem e possibilite a criança a ler e escrever de modo a utilizar esses códigos em sua vida social, fazendo uma leitura da vida e conseguindo interpretar situações, tornando-as mais significativas para ela.

            Portanto a construção do jogo de alfabetização contribui muito para nossas práticas, deixando nitidamente claro que é possível realizar um trabalho com diferencial, que desperte a motivação dos alunos e torne a aprendizagem mais prazerosa e significativa.   

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A POSSIBILIDADE DE ALFABETIZAR LETRANDO: QUESTÕES DO ESTÁGIO
Nária Aparecida Moura Ribas*
Palavras-chave: alfabetização; letramento; séries iniciais

Introdução
      O estágio possibilita uma série de reflexões acerca da alfabetização nos anos iniciais, desta maneira torna-se significativo tratar aqui da questão da alfabetização com enfoque no que desrespeito ao letramento, como as crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental I tem sido alfabetizadas, um questionamento que resgada conceitos importantes em relação a prática social do uso da escrita.
      O estágio foi realizado em uma sala de 1º ano do Ensino Fundamental, na escola pública, Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental Nossa Senhora Auxiliadora, na cidade de Hortolândia, com o objetivo de observar e refletir o processo de alfabetização das crianças e a maneira que esse processo é construído pelo professor, dessa forma a metodologia utilizada foram as observações diárias e entrevista com a professora referente a sua formação acadêmica, apresentando ainda as análises e considerações frente as resultados obtidos.

As discussões acerca do alfabetizar letrando: um olhar no estágio
      Para iniciar as discussões acerca da alfabetização nas séries iniciais é necessário frisar primeiramente a questão do ensino de nove anos, ao qual o Ensino Fundamental sofreu uma mudança recente, frente aos conteúdos e a maneira a ser trabalhada com as crianças que agora ingressam nesta etapa com seis anos.
      Brandão (2009) apresenta em seu texto a legislação que aborda esta mudança. Inicialmente por meio da lei nº 11.114, de 16 de maio de 2005, modificando o art. 6º da Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB), determinando que fosse diminuída de sete para seis anos de idade mínima o ingresso da criança no Ensino Fundamental, complementando nove meses depois com a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, determinando que o Ensino Fundamental no Brasil passasse a ter duração de nove anos.
      Com a lei os municípios tiveram que se organizarem para atender as exigências, mas muitos ainda se acomodaram e continuam apenas com uma adaptação deste ensino de nove anos. É o caso da escola estagiada, ao qual os primeiros anos ainda estão funcionando no prédio de uma escola de educação infantil, sendo modificado o nome da escola para atender todas as etapas, englobando ensino infantil e fundamental.
            Mas a questão primordial deste contexto é a questão do currículo, o que trabalhar com estas crianças que faziam parte de um ensino infantil e agora estão no ensino fundamental, a necessidade de alfabetizá-las logo no início deste novo 1º ano é adequada a proposta inicial exigida pelos documentos e como foi observada essa questão na sala estagiada.
            Para Brandão (2009) a readequação da estrutura curricular é fundamental, mas devem levar em consideração que as atividades a serem desenvolvidas nesta série não podem ser as mesmas da Educação Infantil e nem constituir a antecipação pura e simples dos conteúdos exigidos para a “antiga” primeira série do Ensino Fundamental. Concluindo que:
...entendemos que ampliar o Ensino Fundamental de oito para nove anos de duração significa, em última instância, aumentar a democratização do acesso à escolarização aos grupos menos favorecidos da sociedade brasileira, por meio da valorização da escola. Claro que não podemos nos contentar apenas com a ampliação do acesso à escola, mas também devemos procurar aumentar o porcentual de sucesso escolar e diminuir o porcentual de evasão. A conjunção desses três fatores pode fazer a escola ( e da escolarização) um significativo vetor da cidadania às crianças pertencentes às classes sociais menos favorecidas. (BRANDÃO, 2009, p. 25)

            Batista (2009) coloca ainda que é necessário fazer uma seleção do que é “relevante” como conteúdo escolar, considerando a idade e o desenvolvimento da criança de seis anos, apresentando um trabalho pedagógico que comporte diferentes tipos de atividades, sejam elas, diversificadas, coletivas, independentes e individuais.
            Logo o ensino de nove anos torna-se importante para a universalização e acesso à escolarização, mas é essencial um olhar especial para esta etapa, para que os alunos não sejam sufocados por conteúdos exaustivos e percam o prazer em aprender.
            É o que observa-se no estágio, as crianças com uma série de atividades em folhas, enfatizando somente a alfabetização, sem atividades lúdicas que complementem o trabalho e o torne mais prazeroso e significativo, além de apresentar atividades somente isoladas, totalmente destoantes do contexto da criança.
            Cabe então, a necessidade de uma reflexão entorno do processo de alfabetização e letramento relacionadas com as observações do estágio, à medida que o trabalho da professora com os alunos de primeiro ano enfatiza a questão da alfabetização como papel norteador de todo seu trabalho.
            Leite (2001) caracteriza como um desafio para os profissionais de Educação a questão do processo de alfabetização, dizendo que apesar do grande progresso teórico-metodológico na área, a formação do aluno como um componente leitor e produtor de texto, em escolas públicas e particulares, ainda se coloca como um dos grandes objetivos a serem alcançados.
            Portanto o fato de muitos professores passarem por uma formação acadêmica e reflexiva a respeito do processo de alfabetização, não garante que o trabalho será pautado em uma alfabetização que garanta ao aluno entender e utilizar a prática da escrita em seu uso social, decorrendo de atividades simplista com base na formação de sílabas e palavras, não apresentando nenhum significado à criança.
            Assim o conceito de alfabetização e letramento se distanciam de maneira isolada, mas à medida que existe uma reflexão a cerca deste dois processos, enriquece a possibilidade da construção do processo de aprendizagem da criança, garantindo que tenha um ensino de qualidade que aborde todos os aspectos essenciais para uma aprendizagem mais significativa, portanto considerar a escrita como uma prática de uso social, além da representação da linguagem é fundamental.
Contudo o fato de ensinar alfabetizando letrando o alunos, significa dar a possibilidade de conhecer a escrita e a leitura no seu uso social, não só como uma questão de treino mecânico para identificar a escrita, até porque a  escrita e a leitura é uma forma de se estar na linguagem, por isso a importância de ter uma significação. Sabendo ainda que a criança já é letrada antes mesmos de ser alfabetizada, porque no meio em que vive já está em contato com a leitura e a escrita, Kleiman (1995) reforça isso ao citar:
... as crianças são letradas, no sentido de possuírem estratégias orais letradas, antes mesmo de serem alfabetizadas. Uma criança que compreende quando o adulto lhe diz: “Olha o que a fada madrinha trouxe hoje!” está fazendo uma relação com um texto escrito, o conto de fadas: assim, ela está participando de um evento de letramento (porque já participou de outros, como o de ouvir uma estorinha antes de dormir); também está aprendendo uma prática discursiva letrada, e portanto pode ser considerada letrada, mesmo que ainda não saiba ler e escrever. (KLEIMAN, 1995, p.18)

          Nesta perspectiva Leite (2001) a alfabetização pensada isoladamente como no ensino tradicional anteriormente considera a escrita apenas uma representação da fala, representando estas por códigos, sem a preocupação da função da linguagem. Enquanto o letramento é utilizar a escrita socialmente, como a linguagem, expressar seus pensamentos, realizar registros, apropriar-se socialmente da escrita, através de seu uso social.
          Acrescenta ainda, que o letrado consegue fazer uma interpretação do texto e relacioná-lo com sua vida social, diferentemente do alfabetizado que codifica e não consegue interpretar o sentido do texto. A medida que é letrado muda sua condição social e cultural, pois adquiri mais conhecimento, mudando sua posição, criticando e questionando.
          Desta maneira a proposta de alfabetização observada no estágio vem de contramão com toda as bases teóricas a respeito de alfabetização e letramento, o fato da professora trabalhar apenas com atividades isoladas e desconexas da vida criança, impossibilidade estas crianças a entenderem e vivenciar a escrita como prática social, até mesmo dificultando a compreensão e o sentido da escrita na linguagem e na vida social.
          Portanto para Leite (2009) o papel do professor alfabetizador é mediar o processo de alfabetização, pensando na prática que vai abranger o desafio de hoje, alfabetizar letrando, possibilitando o aluno de além de representar a escrita, interpretar e compreender o mundo, afirmando que:

... é possível desenvolver o processo de alfabetização escolar simultaneamente ao envolvimento dos alunos com as práticas sociais da escrita. Isso, ocorre, por exemplo, quando os professores alfabetizadores utilizam textos verdadeiros durante a alfabetização, desprezando as antigas práticas de letramento que só existiam no interior da escola, como os textos tradicionais das velhas cartilhas. (LEITE, 2001, p. 32)

Considerações finais
A observação na sala de aula frente a análise das questões do letramento contribuíram muito para uma reflexão acerca da alfabetização das crianças. O fato de não reconhecer no trabalho da professora o letramento em evidência, que envolve as crianças, possibilitando a construção da escrita e leitura como uso na prática social me faz querer buscar meios para que isso acorra de fato, vontade de ensinar e ver os resultados na minha própria prática, constatando a importância do ensino dessa maneira para a formação da criança como ser humano capaz de intervir com ações efetivas na sociedade.
            Mas o que se vê no geral na sala de aula é que a maioria das crianças já estão lendo e escrevendo com apenas seis anos de idade, então nos perguntamos: mas de que forma as crianças estão realizando esta leitura, conseguem realizar uma leitura de mundo, interpretando e relacionando com sua prática social ou apenas descobrindo a escrita de forma isolada de todo o contexto, ao qual se torna totalmente sem significação para o processo de construção da aprendizagem.
            Cabe enfatizar depois de toda a reflexão a necessidade de se continuar discutindo acerca da alfabetização nas séries iniciais, há muito ainda para ser conquistado e garantir que todas as crianças tenham um ensino de qualidade que contemple a construção da linguagem escrita como uma prática social.

Referências bibliográficas
BATISTA, Cleide V. M. A educação da criança de seis anos. In: BRANDÃO, Carlos da Fonseca; PASCHOAL, Jaqueline Delgado (Orgs). Ensino Fundamental de 9 anos: teoria e prática na sala de aula. São Paulo: Avercamp, 2009.
BRANDÃO, Carlos da Fonseca. O Ensino fundamental de nove anos e a legislação educacional brasileira. In: BRANDÃO, Carlos da Fonseca; PASCHOAL, Jaqueline Delgado (Orgs). Ensino Fundamental de 9 anos: teoria e prática na sala de aula. São Paulo: Avercamp, 2009.
KLEIMAN, A. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: (ORG). Os Significados do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
LEITE, S. A. S. (org). Alfabetização e Letramento: contribuições para as práticas pedagógicas. Campinas: Komedi: Arte Escrita, 2001.
  

terça-feira, 4 de novembro de 2014

GÊNERO E SEXUALIDADE: UM DEBATE IMPORTANTE

A questão do gênero e da sexualidade aborda uma série de questões e se torna fundamental a discussão acerca dessa temática na Educação. Conhecer a respeito e refletir diversos pontos torna-se essencial na atualidade e na diversidade cultural que nos deparamos na escola.
O professor Thiago Duque abordou o assunto nesta sexta-feira, 31/10/14, em uma palestra realizada na PUC-Campinas, expondo um aparato geral do histórico dos estudos realizados sobre gênero e sexualidade, apresentando ainda suas pesquisas nas cidades de Campinas/SP e Corumbá/MS.
Discutiu acerca da identidade de gênero e o sexo biológico, ao qual a identidade de gênero é construída socialmente e o sexo biológico é o que a medicina define como masculino e feminino. Apresentou exemplo de comerciais e das mídias que mostram o efeito desses conceitos na sociedade, surgindo mais discussões sobre o homossexualismo, mas ainda presa a um preconceito que impede mais discussão e relações.
Realizou uma comparação dos estudos de Campinas e Corumbá, mostrando que apesar de Campinas possuir vários movimentos, mídia e associações de homossexualismo não se vê nas relações sociais esta questão superada e fora de preconceitos, existindo ainda barreiras a serem superadas. Enquanto que em Corumbá não se existe nenhum movimento social, melhor dizendo, nem se pensam nisso, porque há eventos e comemorações que o homossexualismo está presente, tendo espaço e lugar, sendo aplaudido por todos da comunidade.
A palestra foi muito rica, proporcionando justamente uma reflexão acerca da diversidade e do direito das pessoas, no que se refere a gênero e sexualidade, tantos movimentos e ainda estamos presos a tantos preconceitos, é preciso conhecer e respeitar. Os estudos continuam por parte do professor e esperamos que em um próximo encontro possamos ouvir novos avanços nesta questão.
 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014


DO AVANÇO AO VÍCIO TECNOLÓGICO

            Ao pensar na palavra tecnologia, nos remete imediatamente o significado de avanços e surgimentos apenas de aparelhos eletrônicos, como computador, celular, dentre outros. Mas a ideia de avanço tecnológico vai muito além, à medida que abrange tudo que usufruímos ou fazemos no momento atual, ou seja, tudo foi transformado e evoluído, o modo de se comunicar, a produção de vestimenta, a maneira de comer, diversos aspectos que mudaram e continuam mudando o comportamento do ser humano.

            Dentre isso, a tecnologia foi e é importantíssima para a vida humana, ao modo que contribui para diversas descobertas que auxiliam na qualidade de vida do homem, descobrimentos de medicamentos, aparelhos e máquinas de exames que antecipam a descobertas de doenças, promovendo a possibilidade de cura, a comunicação em tempo real, ao qual muitas informações são possíveis de se conhecer e a ampliação desta para o acesso da sociedade.

No entanto, criou-se também uma espécie de vício desta tecnologia, com tantos recursos que o homem se vê totalmente escravo das máquinas e dos aparelhos, trocando até o contato pessoal pelo virtual, prejudicando as relações sócias e tornando ainda mais uma sociedade individual e desigual. O que Behrens (2005) descreve quando diz que ao apresentar a tecnologia em uma sociedade capitalista, a sociedade sofreu uma massificação e um comprometimento da visão do homem e da sua visão de mundo.

Portanto, essas questões são fundamentais para a discussão na educação, sabendo que a escola tem um grande desafio ao propor ações que atenda todo esse contexto. O que diz Kenski (2010) ao citar que a escola precisa criar um espaço crítico em relação ao uso e apropriação dessas tecnologias, para que a criança tenha a possibilidade de refletir diante o seu grupo social, como cidadão.

Assim o professor deve estar atendo a como lhe dar com todas essas divergências, tendo uma preocupação com uma aprendizagem significativa, mudando o foco de ensinar, segundo Behrens (2005), passando a ter atenção com o aprender, em especial, o “aprender a aprender”, possibilitando a construção de conhecimento.



Bibliografia:

KENSKI, Vani Moreira. “O que são as tecnologias? Como convivemos com as tecnologias?” In Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. 9ª ed. Campinas: Papirus, 2010, p. 17-27

BEHRENS, Marilda Aparecida. Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: Integração das Tecnologias na Educação/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. 204 p.; il. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf>Acesso: setembro de 2014.

 

 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

MINHAS PRIMEIRAS TECNOLOGIAS




MINHAS PRIMEIRAS TECNOLOGIAS

Nária Aparecida Moura Ribas

Vejo-me agora tentando escrever um memorial da minha infância com o intuito de descrever como a tecnologia ingressou em minha vida, quais as lembranças que marcaram significativamente para expor entre as linhas as sensações e sentimentos com tais mudanças.

Então acho que posso começar falando um pouco quem sou contextualizando toda essa história que remete recordações até engraçadas com relação a manusear tais aparelhos tecnológicos e como tudo era estranho e inovador na época, mas uma coisa era certa como era bom ser criança, aprender, brincar ou até aprender brincando.

Mas enfim, nasci em 1985, na cidade de Campinas e com mais ou menos uns sete anos de idade me lembro de um fato que trouxe mudanças na rotina de casa, meu pai comprou um aparelho telefônico e no bairro poucas pessoas tinham então ele fez um caderno para ter controle das ligações realizadas, porque várias pessoas pediam para utilizar e no fim do mês quando chegava a conta, ele sabia de quem cobrar.

Mas o interessante é que o telefone em casa era novidade mesmo, sempre que tocava era uma briga entre eu e minha irmã para atender e quando as pessoas vinham falar queríamos escutar e lembro-me de uma inquietação de querer saber como as pessoas conseguiam falar lá de dentro, sendo que estavam tão longe, engraçado, mesmo meu pai tentando explicar era tudo esquisito.

A televisão já era hábito em casa, principalmente porque minha mãe gostava de ver as novelas, mas a regra era rígida nada de falar ou fazer bagunça durante o jornal e ao acabar o programa o destino era a cama, sem nem questionar. Os desenhos eram todos da emissora Cultura, pois era o canal aberto, acho que nem outros tinham, adorávamos assistir “Ratimbum” e interagíamos o tempo todo com as atividades que eram propostas.

Lembro-me da escola de atividades tradicionais, apenas cartilhas e livros didáticos, nada de aulas diferentes e inovadoras, apenas a grande lousa verde e o giz branco sempre lotada de matéria e o tempo curto para escrever tudo no caderno. Ah! E os trabalhos não posso deixar de registrar aqui, todos escritos à mão, obrigatoriamente na folha de almaço.

 O computador fui ter apenas na adolescência, quando já estudava no curso de Magistério e mesmo assim a desconfiança era enorme com aquele aparelho, para fazer o trabalho primeiro escrevia tudo a mão para depois digitar, demorava horas e horas, o que era para facilitar complicava mais ainda na época. O que não tenho como esquecer foi o trabalho que perdi todo por não ter salvo corretamente, chorei muito e foi difícil conquistar uma amizade confiável com aquela máquina. Mas hoje somos inseparáveis e é uma ferramenta fundamental para meus estudos, no entanto o percurso foi sofrido para conhece-lo e manuseá-lo.

Da minha infância até os dias atuais muitas foram as mudanças e adaptações em decorrência aos avanços tecnológicos, isso em praticamente em tudo que usamos no dia a dia. É claro que a tecnologia melhorou e facilitou muita coisa na vida do ser humano, no entanto realizando este memorial e relembrando os fatos como eram, muita coisa se perdeu, percebo que principalmente o contato físico das pessoas, até mesmo com as crianças, que se envolvem e brincam apenas com jogos virtuais ou videogames, deixando de explorar outras atividades de socialização, movimento corporal, ficando reféns dessa tecnologia.

Enfim acredito que é necessário um equilíbrio e fazer dessa tecnologia apenas uma ferramenta para auxiliar e não deixá-la gerenciar toda nossa vida. Algo para se pensar justamente para nós professoras que trabalhamos com muitas infâncias.